Várias das principais empresas de tecnologia do mundo, incluindo Google, Microsoft, OpenAI, Amazon e Meta, uniram-se para assinar um acordo com o governo dos Estados Unidos com o objetivo de criar um quadro de proteções para o desenvolvimento seguro e ético da inteligência artificial (IA).
A reunião ocorreu na Casa Branca, onde os presidentes e CEOs dessas empresas compareceram para se comprometerem a seguir uma série de regras que permitam proteger os interesses da sociedade e abordar os desafios que a IA tem apresentado nos últimos meses durante seu auge.
"As redes sociais nos mostraram o dano que podem causar tecnologias poderosas sem as salvaguardias adequadas. O Congresso deve aprovar legislação bipartidária que limite a coleta de dados, proíba anúncios direcionados a crianças e exija que as empresas coloquem a saúde e a segurança em primeiro lugar", afirmou Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.
O que foi acordado
O documento, que foi divulgado pela Casa Branca, inclui uma série de pontos relevantes que marcarão o rumo do desenvolvimento da IA nos próximos anos, garantindo "que a inovação não ocorra em detrimento dos direitos e da segurança":
- Testes de segurança rigorosos: Todos os produtos de IA desenvolvidos por essas empresas deverão passar por testes de segurança, tanto internos quanto externos. A prioridade é garantir que os produtos baseados em inteligência artificial sejam confiáveis e não apresentem riscos para os usuários ou a sociedade.
- Transparência e divulgação: As empresas se comprometem a reportar de forma contínua e pública as capacidades e limitações de suas ferramentas. Além disso, qualquer viés que possa estar presente no desenvolvimento dessas tecnologias, bem como os riscos de segurança associados, serão destacados.
- Reconhecimento de conteúdo gerado por IA: Para proteger os usuários e prevenir o uso inadequado da IA, as empresas se esforçarão para garantir que os consumidores possam reconhecer claramente o conteúdo gerado por essas tecnologias. Isso será alcançado por meio da implementação de marcas d’água ou outros meios de identificação.
- IA para o bem-estar global: Impulsar a implementação de IA avançada para enfrentar alguns dos desafios mais urgentes da humanidade, como a busca de uma cura para o câncer e a luta contra as mudanças climáticas.
- Pesquisa e abordagem de preconceitos: As empresas se comprometem a realizar pesquisas abrangentes sobre os riscos de preconceito e discriminação no desenvolvimento de IA. Isso garantirá que as tecnologias desenvolvidas sejam justas e não perpetuem preconceitos sociais.
Embora o acordo seja pensado para proteger os americanos, espera-se que o que foi assinado transcenda as fronteiras por se tratar de produtos globais e, a partir da Casa Branca, se comprometa a trabalhar com aliados internacionais para promover princípios para futuras legislações.
Após a assinatura do acordo, algumas das empresas envolvidas anunciaram medidas concretas para cumprir os princípios estabelecidos. O Google, por exemplo, revelou sua intenção de integrar marcas d’água, metadados e outras técnicas inovadoras em seus modelos generativos. Além disso, lançará uma ferramenta chamada "Sobre esta imagem" em sua Pesquisa para fornecer contexto sobre a origem das imagens online.
A iniciativa não se limita apenas às empresas do G7, mas também busca a colaboração de outras nações. Os Estados Unidos mantiveram conversas com governos da América Latina, como Chile, Brasil e México, com o objetivo de que se sumem voluntariamente ao acordo, consolidando assim um esforço conjunto para garantir o desenvolvimento seguro e responsável da IA na região.
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