A Rússia implementou uma proibição indefinida à exportação de gasóleo e gasolina para a maioria dos países, uma medida que poderia afetar o fornecimento de combustível antes do inverno e agravar a escassez global. O decreto governamental, assinado pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin, visa estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno.
A proibição, que entrou em vigor imediatamente e se aplica a todos os países, exceto quatro antigos estados soviéticos, não possui uma data de término definida. Os países isentos da proibição incluem Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão, todos membros da União Econômica Eurasiática liderada por Moscou.
A Rússia é uma das maiores fornecedoras globais de diesel e petróleo bruto. A incerteza em torno da duração da proibição e as preocupações com a oferta global de diesel já em níveis baixos levaram a flutuações nos preços do petróleo.
Analistas de energia destacam a falta de clareza na declaração russa e alertam para o potencial de Moscou utilizar o fornecimento de combustíveis como ferramenta de pressão, especialmente à medida que se aproxima o inverno.
Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING, considera que a proibição russa às exportações de combustíveis é um grande desenvolvimento antes do inverno no Hemisfério Norte, que normalmente veria uma recuperação sazonal na demanda.
Callum Macpherson, chefe de commodities da Investec, enfatiza que a proibição pode ter implicações geopolíticas, lembrando interrupções anteriores no fornecimento de gás russo à Europa. Ele sugere que a medida pode ser uma extensão da política russa de utilizar energia como uma ferramenta de influência.
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