O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, se reuniu com o chefe do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, em Doha, no Catar, neste sábado (14). Este é o primeiro encontro entre um representante do país persa e um membro da milícia terrorista desde que o Hamas lançou ataques a Israel no último sábado, 7 de outubro.
Um vídeo divulgado pelas agências de notícias do regime mostrou o momento em que os homens se encontraram no país do Oriente Médio, onde, na mesma noite, o iraniano também se reuniu com seu homólogo e primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani.
Abdollahian está na quarta etapa de uma viagem regional que começou na quinta-feira e já o levou ao Iraque, Síria e Líbano, onde manteve conversas com líderes locais sobre o desenvolvimento do conflito e deixou claro seu apoio à Palestina e aos terroristas.
Ainda no domingo passado, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, expressou seu apoio à "defesa legítima do povo palestino" e acusou Israel de pôr em perigo a segurança na região com sua opressão da Palestina.
"O regime sionista e seus promotores são responsáveis por pôr em perigo a segurança regional e devem ser responsabilizados", ameaçou, considerando que "o equilíbrio de poder mudou" e previu que "a nação palestina é a vencedora neste campo de batalha".
A reunião deste sábado reforçou as teorias de que o Irã está por trás dos planos de incursão do Hamas nos últimos dias.
Embora o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, tenha afirmado não ter "ainda" provas desta ligação, a verdade é que altos membros do Hamas e do Hezbollah confirmaram que as autoridades de segurança do regime persa contribuíram para o planejamento do ataque brutal.
A operação foi aprovada poucos dias antes da incursão e contou com a colaboração de oficiais do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irã e do grupo radical palestino em Gaza. Os preparativos teriam começado em agosto.
No entanto, as ligações entre os dois grupos remontam a muitos anos.
Além disso, no dia anterior, Abdollahian alertou Israel sobre uma possível resposta do bloco de aliados regionais que ele lidera, conhecido como Eixo da Resistência.
Na sexta-feira, o ministro disse que "tendo em conta a continuação dos crimes de guerra e do cerco, é possível qualquer cenário ou decisão de outros membros do Eixo da Resistência", em relação às ofensivas em Gaza, um dos pontos mais quentes do conflito e a partir de onde opera a milícia palestina.
Neste sentido, Haniyeh expressou nas últimas horas sua plena confiança de que a operação "Tempestade Al-Aqsa" reescreverá a história e alcançará o reconhecimento de seu povo.
"Os covardes soldados do inimigo não resistiram à bravura dos nossos homens e recorreram ao massacre" de civis, mas "o povo de Gaza está fixado e enraizado em sua terra e agarra-se à sua pátria e nunca a abandonará", vangloriou-se. a brutalidade dos ataques contra os israelitas.
"Ficaremos em nossa terra natal e nunca a abandonaremos. Não haverá migração da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Não haverá migração de Gaza para o Egito. Aprecio e aprecio a posição dos meus irmãos no Egito na oposição ao reassentamento dos palestinos. Continuaremos nossa luta até termos um país e até que nossos prisioneiros e santos sejam libertados e os refugiados regressem às suas terras", afirmou.
Suas declarações ocorreram ao mesmo tempo que o Exército israelense divulgou imagens que mostram como o Hamas construiu barricadas para impedir a evacuação de civis do norte para o sul.
GAZETA BRASIL