A Polícia Federal (PF) investiga a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. A investigação aponta que o valor de R$ 10,5 mil pago por um ex-assessor da deputada Carla Zambelli ao hacker Walter Delgatti Neto não teve relação com o crime, mas com a venda de garrafas de uísque.
Delgatti, que está preso desde agosto de 2023, disse à PF que o valor era parte do pagamento para invadir sistemas do Judiciário. No entanto, seu ex-assessor, Renan Goulart, afirmou que os pagamentos eram para a compra de uísque. A informação é da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews.
A PF ouviu o comprador final das garrafas, que confirmou a história. Os investigadores também encontraram conversas de WhatsApp que indicam que Delgatti de fato vendeu uísque para Goulart na data dos pagamentos.
Além dos R$ 10,5 mil, Delgatti recebeu R$ 3 mil de outro assessor de Zambelli, Jean Hernani de Sousa. Sousa disse à PF que o valor se referia a serviços para as redes sociais e o site da parlamentar. Zambelli ainda não prestou depoimento à polícia.
A invasão do CNJ resultou na expedição de um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O documento é assinado pelo próprio magistrado. Também foi inserida nos sistemas do CNJ uma falsa quebra de sigilo bancário de Moraes.
O inquérito sobre a invasão do CNJ caminha para a fase final. Não foi encontrada nenhuma conversa de Zambelli com o hacker em nenhum dos celulares apreendidos.
As únicas mensagens trocadas entre Zambelli e Delgatti conhecidas até agora foram divulgadas pelo blog da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews. A deputada enviou dois áudios para o hacker, no ano passado, pedindo a ele o endereço de um ministro do Supremo. Os áudios foram encaminhados por Delgatti a um amigo, mas não estão no inquérito.
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