Neste mesmo período, a proporção das mortes por intervenção do estado em comparação com Crimes Violentos Intencionais (CVLI), que incluem homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, também cresceu acima da média nacional no estado. Em todo o país, o aumento registrado foi de 16,1%, enquanto em Mato Grosso foi de 25,1%. No ranking geral, Mato Grosso ocupa a 8ª colocação.
O crescimento da violência policial no estado acontece em meio ao fortalecimento do crime organizado em diversos municípios. Um levantamento divulgado este ano pelo Instituto Mãe Crioula, entidade independente que presta serviços relacionados à promoção de paz social na região amazônica, aponta a presença de facções criminosas em 11 municípios de Mato Grosso.
O controle de Alta Floresta, Rondonópolis, Rosário Oeste, São José do Rio Claro, Tangará da Serra e Várzea Grande segue sendo disputado pelas facções Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Em Sorriso, o controle é disputado também pela facção Tropa Castelar, composta por dissidentes do CV. Em Cuiabá, Cáceres e Porto Esperidião, o tráfico já é considerado sob controle do CV, enquanto em Mirassol D'Oeste é controlado pelo PCC.
Segundo o Fórum de Segurança Pública, a atuação do crime organizado continua em processo de expansão na região, em razão, principalmente de Mato Grosso ser uma área estratégica para os negócios do crime, tanto para o escoamento de drogas como também para outros ilícitos como o garimpo e a extração de madeira.
A Secretaria Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (SESP-MT) atribui o crescimento da letalidade policial a este fortelecimento. “As forças de segurança reforçaram as atividades ostensivas e repressivas para combater organizações criminosas no estado. Esse aumento da atividade policial significa mais patrulhamento e a diminuição do tempo-resposta no enfrentamento da criminalidade. Sendo assim, houve mais confronto das forças de segurança, por conta do enfrentamento e resistência dos criminosos à ação policial”, afirmou a assessiria da SESP-MT em resposta à redação do PNB Online.
Questionada sobre que medida o Governo de Mato Grosso toma para evitar o crescimento do número de mortes em ações das polícias, a pasta destarou que as forças policiais dispõem e cumprem procedimentos operacionais padronizados para abordagem de suspeitos. “Além disso, os policiais passam por cursos de capacitação e atualização dos conhecimentos sobre as exigências legais, métodos e técnicas padronizadas de abordagens a serem respeitadas”.
PBN Online