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Tanto Seu Jorge quanto o presidente do clube, que estava na plateia do show, disseram que houve manifestações após o encerramento do espetáculo. “Quando cheguei atrás do palco, começo a escutar muitas vaias e xingamentos”, relatou o artista.
Bing disse que ouviu vaias e que elas teriam ocorrido depois que Seu Jorge fez uma manifestação de cunho político: um gesto de “L” com os dedos, em alusão ao ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Conforme o responsável pelo clube, a plateia reagiu, também, aos gritos de “mito”, em referência ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Ainda na entrevista coletiva, Bing mencionou que o Grêmio Náutico União não compactua com comportamentos racistas e mencionou que a instituição têm técnicos, atletas, funcionários e associados de todas as etnias, e citou nominalmente a ginasta Daiane dos Santos, que é negra.
Ele destacou ainda que o show era aberto para associados e não associados. E que, se for confirmado o crime e identificado o responsável, no caso de ser um sócio, a pessoa deverá sofrer penalidade e poderá até ser expulsa do clube.
Sobre o show
Aos jornalistas, o presidente do clube apresentou as imagens do show feitas por uma equipe contratada pela agremiação. O vídeo mostrou o momento em que Seu Jorge chamou ao palco um jovem de 15 anos para tocar cavaquinho. O artista aproveitou o momento para criticar a redução da maioridade penal e citou os casos de morte de jovens negros e da periferia. Nas imagens é possível apenas ouvir som ambiente e elas mostram que o rapaz foi aplaudido pelo público.
Relatos nas redes sociais dão conta de que a hostilidade ao cantor teria começado ainda no momento em que o menino ainda estava no palco. Em dado momento, é possível ouvir ofensas racistas e ruídos imitando o som de macacos.
A delegada Andrea Mattos relata que identificou em um vídeo uma pessoa xingando o músico de macaco. Ela solicitou ao clube as imagens oficiais e as de câmera de segurança a fim de tentar identificar o responsável.
Nesta terça, o Ministério Público também instaurou procedimento de ofício para acompanhar as investigações da Polícia Civil. Ao término do inquérito, se os autores forem identificados, a Promotoria de Direitos Humanos poderá ajuizar ação por dano moral coletivo.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Polícia vai ouvir presidente de clube sobre racismo contra Seu Jorge no site CNN Brasil.
CNN BRASIL