O dólar à vista fechou em queda de 2,32% nesta quinta-feira (19), sendo negociado a R$ 6,12, após uma manhã de intensa volatilidade. A moeda chegou a abrir o dia em leve baixa, mas, por volta das 10 horas, atingiu R$ 6,30, estabelecendo um novo recorde histórico para a cotação da moeda norte-americana em relação ao real.
A desvalorização do dólar foi impulsionada pela ação do Banco Central, que injetou US$ 8 bilhões no mercado, sendo US$ 5 bilhões aplicados em um único leilão — a maior intervenção dessa natureza desde a adoção do câmbio flutuante no Brasil, em 1999. A medida visou estabilizar o mercado de câmbio e corrigir disfuncionalidades causadas pela escassez da moeda norte-americana no fim do ano, conforme explicou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Durante uma coletiva de imprensa sobre o relatório de inflação, tanto Campos Neto quanto o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmaram que a intervenção não tem como objetivo defender um nível específico do câmbio, mas sim corrigir desequilíbrios pontuais. As declarações de Galípolo, que assume o cargo em janeiro de 2025, também esclareceram que o Banco Central “tem muita reserva” e atuará no mercado se necessário. Atualmente, as reservas internacionais do Brasil somam quase US$ 360 bilhões.
Galípolo negou a possibilidade de um “ataque especulativo” contra o real, em resposta às declarações de representantes do governo Lula, que haviam apontado a especulação como fator responsável pela alta do dólar. O economista também ressaltou que o mercado de câmbio é dinâmico e opera com posições contrárias, o que implica que os movimentos da moeda envolvem tanto ganhos quanto perdas, sem ser orquestrados de forma coordenada.
Entre os dias 13 e 17 de dezembro, o Banco Central já havia realizado quatro intervenções no mercado de câmbio, com a oferta de aproximadamente US$ 13,8 bilhões em leilões.
No mercado acionário, a Bolsa brasileira reverteu a forte queda registrada na quarta-feira (18), com o Ibovespa, principal índice da B3, operando em alta de 0,30%, aos 121.122 pontos, até o fechamento do pregão. Na véspera, o índice havia fechado em queda de 3,15%, aos 120.772 pontos.
GAZETA BRASIL