A liberação de reféns mantidos em Gaza desde o ataque do Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023, começará neste domingo, informou nesta sexta-feira o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
“À espera da aprovação por parte do gabinete [de segurança] e do governo, e do cumprimento do acordo, a liberação de reféns poderá ocorrer conforme o plano previsto a partir de domingo”, indicou o gabinete de Netanyahu em um comunicado.
O anúncio veio minutos após o início da reunião do gabinete de segurança para aprovar o cessar-fogo com o Hamas.
O gabinete de segurança de Israel se reúne nesta sexta-feira para discutir e aprovar o acordo de cessar-fogo e a liberação de reféns, alcançado com mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, segundo informou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Se o pacto for aprovado, o cessar de hostilidades começará neste domingo, permitindo a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, enquanto se finalizam os termos para o fim definitivo da guerra.
O gabinete israelense havia acusado o Hamas na quinta-feira de descumprir partes-chave do acordo para extorquir concessões de última hora, uma acusação que o Hamas negou.
Israel anunciou que havia alcançado um “acordo para liberar os reféns” e convocou uma reunião de seu gabinete de segurança nesta sexta-feira para aprovar o entendimento entre as duas partes.
“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi informado pela equipe negociadora de que foram alcançados acordos sobre um trato para a liberação dos reféns”, afirmou o gabinete em um comunicado. “O governo se reunirá então para aprovar o acordo”, acrescentou.
Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, indicou que as demandas do Hamas estavam vinculadas ao desdobramento das forças israelenses no corredor Filadélfia e à intenção de selecionar os prisioneiros palestinos que seriam libertados em troca dos reféns.
Um dado importante é que o pleno do gabinete não discutirá a aprovação final do acordo até a noite de sábado. Segundo um porta-voz de Netanyahu, a demora se deve à necessidade de conceder um prazo de 24 horas para que os opositores ao acordo possam apresentar apelações ao Tribunal Superior de Justiça, considerando que muitos deles cumprem o Shabat, que começa ao entardecer de sexta-feira.
Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou sua confiança de que a trégua será implementada conforme planejado. “Estou confiante e espero plenamente que a implementação comece neste domingo”, afirmou na quinta-feira.
A negociação gerou divisões dentro do governo israelense. Dois membros do gabinete, incluindo o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, manifestaram sua oposição ao acordo.
Gvir qualificou o pacto como “irresponsável” e ameaçou abandonar o governo, embora não a coalizão. Enquanto isso, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, considerou o acordo um “trato perigoso”.
Entretanto, a oposição e a comunidade internacional pressionaram a favor do acordo, destacando a importância de deter a escalada do conflito e de libertar os reféns que permanecem em Gaza.
(Com informações de agências)
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