No contexto de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, três mulheres israelenses serão libertadas neste domingo pelo grupo terrorista palestino, após mais de um ano em cativeiro.
As mulheres em questão são Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damari, de acordo com informações confirmadas pelo Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos.
No final da manhã, após várias horas de atraso, o Hamas finalmente divulgou os nomes das três reféns israelenses que seriam libertadas como parte do acordo.
Após receber a lista, Israel informou que o cessar-fogo seria implementado às 06h15 no horário de Brasília (09h15 GMT), quase três horas após o previsto, que era às 03h30 (06h30 GMT). O Catar, que atua como mediador no conflito juntamente com os Estados Unidos e o Egito, confirmou pouco depois que o cessar-fogo havia entrado em vigor.
Essas mulheres representam não apenas a tragédia dos ataques de 7 de outubro de 2023, mas também a esperança e a resiliência daqueles que aguardam para reencontrar seus entes queridos.
Romi Gonen
A jovem de 23 anos foi sequestrada enquanto tentava escapar do Festival de Música Nova, um evento que se tornou símbolo do horror vivido durante os ataques.
Durante a fuga, Romi foi baleada na mão e levada para Gaza por militantes. Antes de ser capturada, conseguiu ligar para sua mãe, Meirav, e disse: "Me atiraram, mãe, estou sangrando. Todos no carro estão sangrando."
Uma gravação da ligação, obtida com exclusividade pelo jornal britânico Daily Mail, revelou os terroristas discutindo se deveriam executá-la ou sequestrá-la.
Durante meses, a única confirmação de que Romi estava viva veio de uma refém libertada, que informou que ela estava gravemente ferida, com a mão comprometida pelo disparo. "A mão dela não funciona. Os dedos mal se mexem e mudam de cor, e isso foi há 10 semanas", afirmou.
Maureen Leshem, prima de Romi, disse ao National Post que "não tivemos mais nenhuma notícia sobre Romi desde novembro passado, quando soubemos que ela estava viva e precisava urgentemente de cuidados médicos por causa do ferimento de bala na mão."
Doron Steinbrecher
A enfermeira veterinária de 31 anos, com dupla cidadania romena e israelense, foi sequestrada de sua casa no Kibutz Kfar Aza enquanto tentava se abrigar durante o ataque em 7 de outubro de 2023.
Em uma mensagem de voz desesperada enviada antes de sua captura, Doron disse: "Me pegaram, me pegaram."
Sua família se manteve preocupada com sua saúde, já que ela dependia de medicamentos que não conseguiu receber durante o cativeiro.
Em janeiro, o Hamas divulgou um vídeo em que Doron aparecia falando de um dos túneis de Gaza, ao lado de outras duas reféns, Karina Ariev (19) e Daniela Gilboa (19). A mensagem trouxe algum alívio à família, confirmando que ela estava viva, embora em condições de extremo estresse.
Emily Damari
A jovem britânica-israelense de 28 anos foi sequestrada no Kibutz Kfar Aza, junto com outros 37 residentes do local.
Durante o ataque, Emily sofreu um ferimento de bala na mão e lesões de estilhaços na perna. A mãe da jovem relatou que os terroristas "vendaram seus olhos, colocaram-na na parte traseira de seu próprio carro e a levaram para Gaza."
A mãe de Emily, Mandy, liderou uma intensa campanha internacional para garantir sua libertação, contando até mesmo com o apoio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "O presidente eleito Donald Trump realmente realizou meus sonhos. Um acordo foi assinado", disse ela ao Daily Mail.
"Mas isso ainda não acabou", continuou Mandy. "Meu pesadelo continua até que eu veja Emily e os outros 98 reféns de volta a Israel com suas famílias."
GAZETA BRASIL