A vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, foi destituída nesta terça-feira, 13, do cargo por suspeita de corrupção. O plenário aprovou por 625 votos a favor e apenas um contra, além de duas abstenções, a destituição da social-democrata Eva Kaili do cargo. A assessoria de comunicação do Parlamento Europeu anunciou que a votação para a destituição de Kaili foi baseada nos regimentos internos e aconteceu “no contexto das investigações na Bélgica que envolvem membros e funcionários” da instituição legislativa. A legisladora grega foi detida no final de semana por supostamente aceitar subornos, em uma reação para tentar recuperar a credibilidade da instituição, muito abalada pelo escândalo. A remoção de Kaili havia sido recomendada pela Conferência de Presidentes, o grupo formado pela presidente do Parlamento e os líderes das diferentes bancadas políticas. A eurodeputada e mais três pessoas foram detidos e indiciados por suspeitas de que receberam grandes quantias de dinheiro de um “Estado do Golfo Pérsico”, que seria o Catar, para defender os interesses do país no Parlamento, acusação qual ela nega, dizendo que não aceitou nenhum suborno do país que esta sediando a 22ª edição da Copa do Mundo. “Sua posição é que é inocente. Não tem nada a ver com subornos do Catar“, declarou o advogado Michalis Dimitrakopoulos.
Na residência de Kaili, foram encontradas bolsas repletas de dinheiro. A eurodeputada grega também já tinha sido expulsa do Partido Socialista Grego (Pasok-Kinal), onde já era considerada uma figura muito polêmica, e foi removida da bancada social-democrata no Parlamento Europeu, e teve os bens congelados pela Autoridade Grega de Luta contra a Lavagem de Dinheiro. O escândalo de corrupção é um golpe brutal para a credibilidade do Parlamento Europeu. A presidente do Parlamento, a conservadora Roberta Metsola, de Malta, expressou “fúria, raiva e tristeza” com o caso. E afirmou que o ocorrido representa um “ataque” ao Legislativo e à democracia europeia. “Vamos iniciar um processo de reforma para ver quem tem acesso a nossas instalações, como são financiadas estas organizações, ONGs e pessoas, quais vínculos possuem com terceiros países”, prometeu Metsola. “Pediremos mais transparência nas reuniões com estrangeiros”, acrescentou. Diante do escândalo, a pauta do plenário do Legislativo para esta terça-feira foi modificada para um debate sobre o caso. Na quinta-feira será votado um texto que pede mais transparência nas instituições europeias.
*Com informação da AFP
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