Em um novo levantamento divulgado nesta quarta-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou dados alarmantes sobre a desigualdade no acesso à internet e ao saneamento básico no Brasil. O estudo “Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024”, que reúne dados relativos a 2023, mostra que, enquanto 92,9% da população brasileira tem internet em casa, apenas 66,1% têm acesso a serviços básicos de saneamento.
A disparidade entre esses dois índices é notável, especialmente em algumas regiões do país. No Piauí, por exemplo, 88,7% da população tem acesso à internet, mas apenas 12% possuem abastecimento de água por rede geral, coleta de lixo e esgotamento sanitário adequado.
Em termos absolutos, 15,2 milhões de brasileiros ainda vivem sem acesso à internet. Desses, 1,7 milhão (11,3%) estão abaixo da linha da extrema pobreza, enquanto 4,9 milhões (32,3%) se encontram em situação de pobreza, mas acima da linha de extrema pobreza. O acesso à internet é mais presente em algumas regiões do Brasil: Centro-Oeste (95,1%), Sul (94,7%), Sudeste (94,7%), Nordeste (90%) e Norte (88,9%).
Já o acesso ao saneamento básico apresenta disparidades ainda mais graves, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Nesses locais, apenas 27,9% e 46,3% da população têm acesso a serviços adequados de água, esgoto e coleta de lixo, respectivamente. O Mato Grosso, por sua vez, se destaca negativamente, com apenas 37,9% de cobertura de saneamento.
As regiões mais bem atendidas são o Sudeste e o Distrito Federal. No Sudeste, 88% da população tem acesso a saneamento, com destaque para São Paulo (93,2%), seguido pelo Rio de Janeiro (83,4%) e Minas Gerais (82%). O Distrito Federal lidera a lista nacional com 89,3% de cobertura. No Centro-Oeste, 59,3% da população tem acesso ao saneamento, enquanto no Sul, o índice é de 66,1%.
GAZETA BRASIL