Em uma entrevista concedida à Rádio Clube do Pará, nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil adotará ações recíprocas caso os Estados Unidos imponham tarifas sobre o aço brasileiro.
Em uma entrevista concedida à Rádio Clube do Pará, nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil adotará ações recíprocas caso os Estados Unidos imponham tarifas sobre o aço brasileiro. Tal postura reflete a intenção de o Brasil se posicionar perante possíveis imposições tarifárias norte-americanas.
Lula disse que, se as tarifas forem aplicadas, o Brasil poderá recorrer a organismos internacionais de comércio ou impor tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos. Esta é uma resposta direta ao anúncio do presidente Donald Trump, que na última segunda-feira (10), declarou o aumento das tarifas sobre as importações de alumínio e aço de 10% para 25%, cancelando as “cotas de isenção” antes garantidas a países como Canadá, México e Brasil, além de outras nações.
“Eu ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização do Comércio [OMC] ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse Lula.
Petista mencionou que, até 2024, o Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, perdendo apenas para o Canadá. Em 2023, as exportações brasileiras atingiram 4,08 milhões de toneladas, o equivalente a 15,5% do total exportado ao mercado norte-americano, gerando um valor próximo a US$ 3 bilhões, conforme dados do Departamento de Comércio dos EUA.
“Nós queremos paz, não queremos guerra. Queremos paz e tranquilidade. Agora, se tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade. Não tem dúvida”, disse.
Lula ainda disse que não há relacionamento entre ele e o presidente americano e, sim, entre os estados brasileiro e americano.
“Se o Trump tiver esse comportamento [de taxação] com o Brasil, eu terei esse comportamento com os Estados Unidos”, afirmou o presidente, reforçando a necessidade de respostas firmes e proporcionais por parte do Brasil.